Londres é o principal centro da Inglaterra, um dos berços culturais da Europa, rota certa para turistas de todo o mundo. Terra de grandes nomes da musica internacional como Elton John entre outros e também conhecida pela sua bela arquitetura. É de lá que vem o cantor, compositor e músico Matt Steady (42). Matt nos conta que teve uma infância tranquila como qualquer criança, com momentos agradáveis e outros momentos não muito. Porém, seus pais sempre deram total apoio e amor. A família viveu em Rhodesia- Zimbabwe por algum tempo. Ainda quando muito pequeno a família do artista foi obrigada a mudar-se de seu país devido a guerra pela independência que tomava conta de sua terra natal. Matt diz que não se lembra de nada, somente de ter voltado e encontrado o tempo na Inglaterra incrivelmente frio.
Dos dois aos seis anos o artista nos conta que tem algumas poucas memórias, contudo, momentos felizes. Na casa não havia televisão então suas principais atividades era a leitura, andar de bicicleta pela vizinhança com seu irmão e jogar cricket no parque com seu pai. O computador foi uma atividade presente para Matt desde muito cedo, o que o conduziu para uma boa carreira nessa área. Na adolescência o cantor passava a maior parte do tempo tocando violão, ouvindo musica e criando games em seus computadores. Sua jornada pela musica iniciou-se entre os sete e oito anos com aulas de violino e piano, o que o levou a participar de orquestras e corais. “Eu não tinha certeza se eu realmente gostava daquilo, mas, foram certamente boas experiências”, comenta. Acrescenta ainda que era complicado acordar sábado de manhã para os ensaios de musica.
Sua experiência com o canto foi no coral da escola, onde esteve por muitos anos, não teve aulas particulares ou qualquer coisa do gênero na época. Porém o artista teve problemas vocais quando cantou no teatro The Snowman durante um ano. Após o ocorrido continuou cantando no coro da escola, porém não se sentia a vontade cantando tenor e nem baixo, o primeiro era muito alto para sua voz e o segundo muito baixo. Recentemente Matt iniciou aula de canto, “gostaria de ter começado isso décadas atrás, as aulas fazem uma grande diferença, meu alcance vocal expandiu, meu tom se tornou mais redondo e mais quente, e o volume dobrou”, revela. Levando a musica muito a sério o artista pratica canto e instrumentos diariamente. Além de sua rotina de shows, aulas de mixagem, produção, masterização e outras atividades relacionadas com a musica.
O artista sempre contou com o apoio dos pais, colocando-o em aulas de musica, comprando seus instrumentos e motivando-o. Matt nos revela que a maioria das pessoas aprecia suas musicas, o difícil é fazê-las escutar pela primeira vez. “Ser ouvido no exterior é uma tarefa difícil. Há tanta música maravilhosa lá fora que na verdade você se pergunta por que alguém iria querer te ouvir! Ter a confiança para acreditar que as pessoas vão realmente gostar da música é muito importante”, enfatiza. Seu principal instrumento é a guitarra e tem muita intimidade com o violino e a rabeca também. O músico é frequentemente convidado para tocar rabeca em gravações de outros artistas. “Acho que é porque há um grande número de guitarristas e poucos violinistas”, acrescenta.
O senhor Cunningham, a senhora Loux e Andrew foram seus professores de violino em sua escola. Seu professor de piano – também de sua escola – foi o senhor Dean, “eu aprendi bastante, mas eu não acho que ele estava particularmente encantando em me ensinar”, brinca. Além de Dean Matt teve aulas de piano com outro senhor que não se recorda o nome, lembra apenas que ganhava Malteser – tipo de chocolate – quando se saia bem nas aulas. O artista nos conta que teve a sorte de seus pais pagarem todos os seus cursos de musica enquanto vivia com eles e recentemente seu aprendizado na musica é financiado por ele mesmo. “Talvez eu devesse pedir-lhes para continuar pagando, embora eu não tenha certeza que iria colar”, brinca. Sua primeira guitarra acústica custou trinta euros e foi um presente de seu avô.
Entre os artistas que inspiram Matt na guitarra estão: Eric Clapton, Mark Knopfler, Gary Moore, Stevie Ray Vaughan, Robert Cray, BB King, Pink Floyd, Black Crowes, Steve Vai, e Iona; e, no violino: Seth Lakeman, Show of Hands, the Levellers. Em especial sua performance acústica tem sido fortemente influenciada por Damien Rice, Martyn Joseph a Jeff Black. Sua primeira apresentação foi na igreja local aos treze anos tocando guitarra para a banda diante de uma considerável plateia de congressistas. Sua primeira apresentação solo foi no The Custad Bar em Loughborough. “Era um pequeno bar onde eu toquei espremido em um pequeno espaço debaixo de algumas escadas, toquei lá por algumas semanas, foi um experiência de aprendizado fantástica”, ressalta. Na época o cachê de vinte euros deu para cobrir os custos com o combustível. “Teria tocado de graça de qualquer forma, pois, gostei muito! Reforçou minha confiança ao ver as pessoas vir e dizer o quanto gostaram do show”, enfatiza.
Além de cantar e tocar vários instrumentos de cordas, Matt também cria letras e melodias. O artista nos revela que embora atue na musica a mais de trinta anos, suas primeiras canções começaram a surgir apenas há alguns anos. De acordo com o artista, sua inspiração vem de toda a parte, “tudo que eu olho parece me trazer o gérmen de uma ideia para uma canção, experiências da minha vida, de amigos, parentes, notícias, filmes, livros, outras musicas e certamente a natureza”, acrescenta. A primeira canção escrita por Matt foi a musica The River. De acordo com o artista seu processo de criação é variável, às vezes escreve a letra e lhe vem a melodia em seguida. Porém na maioria dos casos escreve uma ou duas frases acompanhadas de alguns acordes. “Eu toco com diferentes sons, ritmos, texturas e instrumentos até algo inspirador tocar em mim, então, eu sigo por esse caminho”, acrescenta. O compositor revela que oitenta por cento de seus trabalhos são gravados antes mesmo de concluir a letra.
Em sua jornada pela musica Matt também tem algumas colaborações musicais, entre elas a sua predileta é a canção Steel and Rust em parceria com o cantor e compositor inglês de Yorkshire, Darren Ellis. “Ele ficou em minha casa por um dia e criamos essa canção que trata sobre o declínio dos navios britânicos. Gravamos uma versão de estúdio e uma ao vivo e tocamos naquela mesma noite! Está no meu novo álbum e eu absolutamente adoro essa musica”, enfatiza. Entre suas criações prediletas Matt aponta a musica Funny Old World. De acordo com o autor a combinação de musica, vocais e letra vieram todas juntas, “me tocou como uma perfeita tempestade sou muito feliz por essa criação, toda vez que a escuto balança as minhas emoções”, ressalta.
Em 2015 gravou seu primeiro álbum intitulado “Blood Is Thicker Than Gold”, contendo canções originais e uma regravação. Atualmente trabalha na divulgação de seu novo álbum “Feels Like Coming Home” (2016) com treze canções que já está disponível em formato digital. Nos dois álbuns Matt contou com a participação do percussionista suíço Niklas J. Blixt, “a percussão de Niklas têm realmente trazido mais vida para minhas canções”, enfatiza. Além de compor e tocar a maioria dos instrumentos, Matt é quem produz, mixa e masteriza todas as suas criações. A arte de seu álbum são fotografias de autoria do fotografo e seu amigo Nick Tsiatinis. Atualmente o artista se apresenta de cinco a seis vezes por mês. Na maioria dos shows o cantor traz versões acústicas de suas canções com voz e violão, às vezes é acompanhado por sua filha que divide com ele os vocais. Para 2017 planeja fazer alguns shows e parceria com seu parceiro Niklas. O artista também se apresenta tocando com uma banda tradicional irlandesa chamada Cruel Sister. “É muito divertido incrível - esse tipo de música faz todo mundo subir e dançar e cantar”, acrescenta.
Uma das dificuldades que o cantor encontra na carreira musical é o fato de que a maioria das casas de shows procura mais por bandas que artistas solos. Contudo, Matt nos conta que a musica sempre influenciou profundamente sua vida, “em tempos difíceis a musica me ajuda a ordenar e escolher minhas emoções e pensamentos, a musica faz tempos felizes serem feliz, e te orienta nos tempos de tristeza, ajudar outras pessoas através de minha musica é um privilégio” salienta.
A gravação do novo álbum foi financiada por uma campanha PledgeMusic com pré-encomendas. Uma porcentagem do dinheiro foi da venda foi doada para a Ashmount Special School em Loughborough (Inglaterra). De acordo com o artista, esta escola trabalha com crianças com dificuldades, “eles fazem um trabalho tão maravilhoso que eu quis apoiar”, enfatiza. Matt e sua filha se apresentaram na escola na festa de Halloween voluntariamente. O artista sempre toca em shows e eventos de caridade. Além da música, Matt comenta que também tem realizado treinamentos de karatê e luta livre há alguns anos em clubes sem fins lucrativos.
Perguntado sobre a complexidade do mundo o artista comenta que quanto mais velho ele fica menos ele entende o mundo “Penso que uma porção de pessoas acha que o modo que elas vivem é o certo e o melhor de se viver. Contudo, eu começo a sentir que podemos aprender com todo tipo de estilo de vida e países”, comenta. E acrescenta: “o mundo continuará se modificando, mas, nós manteremos aprendendo?”. O que o chateia é ver as pessoas abusarem de outras pessoas. E, o que o deixa feliz é a musica, a família e os amigos. Concluindo nossa entrevista, Matt deixa o seguinte recado: “estou muito grato a todos que compraram as pré-encomendas para o novo álbum, permitindo-me fabricar os CDs sem quebrar!”. Para saber mais sobre o trabalho de Matt Steady acesse seus canais na web em: Matt Steady Official Website, BandCamp, Fan Page, Twitter e SoundCloud.