2 de janeiro de 2014

Vidas Secas - Graciliano Ramos

Graciliano Ramos, em ‘Vidas Secas’, consegue nos levar exatamente ao local da miséria Nordestina com todas as suas particularidades e simplicidade, retratadas no estilo de vida daquele povo. Fabiano, a mulher e dois filhos pequenos, além da cachorra baleia, fogem desesperadamente da seca do sertão abrasador que os jogam de um lado para o outro como gravetos ao vento. Encontram uma morada abandonada, salvos por um tempo estão, até que o proprietário retorna com as chuvas, e então os fugitivos da seca passam de senhores à servidores, já que o verdadeiro senhor decidiu retornar. Nada juntam. Sim, comem bem! Mas o patrão precisa lucrar, e quem disse que não?  Há divertimento, pouco, mas há, o pão e o circo é de 'direito'. Baleia que nada espera, mal sabe o que a espera. A cachorra é uma personagem atuante no desenrolar da novela, seus pensamentos estão aqui e ali tentando entender o comportamento de seus donos e, na maioria das vezes criticando mentalmente o modus operandi destes. O texto é construído em grande parte das conversações interiores das personagens; seus desejos, sonhos, temores, desterros e uma série de fatores psicológicos encontrados não só nas mentes dos ‘Vidas Secas’ do sertão Nordestino, como em mentes de qualquer outro lugar do Brasil e do mundo. Uma história que retrata a dor e o sofrimento de um povo esquecido, no país do futebol e do carnaval.
Zel Florizel

Nota do autor: A cultura liberta.

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