Graciliano Ramos, em ‘Vidas
Secas’, consegue nos levar exatamente ao local da miséria Nordestina com todas
as suas particularidades e simplicidade, retratadas no estilo de vida daquele povo. Fabiano, a mulher e dois filhos pequenos, além da cachorra baleia, fogem desesperadamente
da seca do sertão abrasador que os jogam de um lado para o outro como gravetos
ao vento. Encontram uma morada abandonada, salvos por um tempo estão, até que o
proprietário retorna com as chuvas, e então os fugitivos da seca passam de
senhores à servidores, já que o verdadeiro senhor decidiu retornar. Nada juntam. Sim, comem bem! Mas o
patrão precisa lucrar, e quem disse que não?
Há divertimento, pouco, mas há, o pão e o circo é de 'direito'. Baleia que nada espera, mal sabe o que a
espera. A cachorra é uma personagem atuante no desenrolar da novela, seus
pensamentos estão aqui e ali tentando entender o comportamento de seus donos e,
na maioria das vezes criticando mentalmente o modus operandi destes. O texto é construído em grande parte das
conversações interiores das personagens; seus desejos, sonhos, temores, desterros e uma
série de fatores psicológicos encontrados não só nas mentes dos ‘Vidas Secas’ do sertão
Nordestino, como em mentes de qualquer outro lugar do Brasil e do mundo. Uma história que
retrata a dor e o sofrimento de um povo esquecido, no país do futebol e do carnaval.
Zel Florizel
Nota do autor: A cultura liberta.
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