Florence,
Alabama, frequentemente chamada ‘Muscle Shoals’, é uma cidade bastante famosa
pelo volume de trabalhos musicais populares por vários anos. Um dos mais
notáveis nomes nascido na região é W. C. Handy, conhecido como “O Pai do Blues”.
É de lá que vem o cantor, compositor, músico e escritor, Ben Killen.
Quando perguntado sobre
sua infância, Ben argumenta que encontrar lugar nesse mundo misto não
é tarefa fácil para um ser recém chegado. “Acredito que para a maioria das crianças a infância é um
estágio complicado;” comenta. Contudo, o artista revela que sua
adolescência foi um estágio mais generoso. “Tive a sorte de conviver com
muitos amigos, colegas músicos e outros indivíduos abertos e criativos,” acrescenta.
O
artista destaca que a música já fazia parte da sua vida antes mesmo do que possa se lembrar.
Sua mãe é Diretora de Coral até hoje, embora tenha se aposentado depois de mais
de trinta anos de ensino musical. “Ela estava em turnê com um pequeno grupo de
colegas músicos quando eu estava na barriga dela!” ressalta. Ben sempre
participou de corais em sua época de escola. Ainda que nada formal, o cantor
comenta que teve a felicidade de ter alguns bons instrutores e mentores no
campo da música. Atualmente, por conta de seu trabalho não relacionado com a música, Ben revela
que não tem ensaiado tanto quanto queria. Porém, pratica ao menos uma hora por
dia.
Ben destaca que sempre teve o apoio dos pais; após ver o artista Roy
Clark - famoso por tocar banjo e guitarra - tocando banjo em um show, implorou-lhes veementemente para que lhe
comprassem um. “No Natal seguinte eles me obrigaram; então, comecei a ter
aulas com um amigo do meu pai: Scooter Muse, um mestre de banjo bem conhecido
no meio musical,” revela. Para
Ben, as dificuldades na trajetória musical foram suas teimosias na
adolescência, as distrações e às vezes a falta de vontade de praticar para se
tornar bom naquilo. “Mas agora me sinto agradecido por toda a aprendizagem e
progresso que fiz naquela época; sinto que o começo antecipado na música
ajudou-me ser o músico que sou hoje,” enfatiza.
Seu principal instrumento é o Dobro, também conhecida no país como Resophonic
Guitar, um tipo de guitarra acústica. “Eu definitivamente desenvolvi um
intenso amor pelas cordas nos últimos anos; também toco muito banjo com as duas
bandas em que estou, e meus amigos musicais sempre me pedem para me sentar aqui
ou ali e participar da roda com meu banjo; acho que é muito difícil
encontrar um tocador de banjo em Nova York,” comenta.
Ben começou a estudar Banjo aos nove anos seu professor se chamava Robert
"Scooter Muse", famoso por tocar bluesgrass – um estilo de musica
country influenciada pelo jazz e pelo blues, e musica tradicional
irlandesa no Banjo. “Ele é realmente um grande professor e foi muito
paciente comigo, às vezes volto no tempo e lembro como foram bons àqueles
momentos”, revela. Seu primeiro instrumento fora um presente da Natal de
seus pais. O
artista comenta que há muitos cantores que apenas cantam e para diferenciar-se da
maioria decidiu se empenhar em aprender um instrumento.
Entre os artistas que o
inspiram estão: Otis Redding; Bill Withers; Muddy Waters; Bob Dylan; Cash &
Hank; Jason Isbell (seu compositor favorite); Amanda Shires (sua violinista
predileta); Chris Stapleton; Tedeschi Trucks Band; Jerry Douglas; Robert
Randolph; Sonny Landreth; Cindy Cashdollar; Adele; John Legend; The Wood
Brothers; Lady Gaga; Bey; Bruno Mars; Billy Currington, (com quem dividiu o palco em um show na Time
Square) e Taylor Swift. “Sou descaradamente Taylor para sempre e sempre; a
voz dela aquece meu coração! Além disso, tive a sorte de encontrar um ingresso
para o seu espetáculo em Houston no EPIC Super-Saturday, que ocorre antes do Super Bowl, há alguns meses; isso definitivamente se enquadra entre as experiências
musicais mais brilhantes da minha vida,” ressalta.
Sua
primeira performance pública foi no coro da pré-escola em uma igreja. “Eu
também tive a sorte de ser selecionado para cantar um solo em um programa de
escola primária naquele dia,” destaca. Em sua época de escola, Ben chegou a fazer doze apresentações em uma semana na costa Gulf. “Aquilo
foi divino, estadia gratuita no verão em uma bela praia, não é fácil
encontrar outra dessa, eu queria mais!” Enfatiza.
Ben
começou a compor bem cedo, o artista recorda que sua mãe costumava usar fitas
para gravar ideias e captar sons e ele seguiu o mesmo caminho. Para o artista a
vida é sua Musa, sua inexaurível fonte de inspiração. A primeira composição de Ben foi a
música “Why”. “A maior parte dessa música escrevi sentado sozinho na beira
da praia, por volta de 2003; ainda gosto da música, porém, não sinto mais o que
sentia quando a escrevi; foi uma historia de coração partido; já não a
canto mais porque soaria inautêntico para o momento atual da minha vida”, argumenta.
De acordo com o cantor, seu processo de criação se dá através do silêncio, da
escuta e da vigilância. “Eu espero a
Grande Musa me agraciar com sua expressão”, revela.
Sua
criação favorita é a música Singing River Blues, que estará disponível em breve
nas plataformas digitais. “Estou também muito orgulhoso das coautorias que
tenho com minhas duas bandas, particularmente Santa Rita, com a minha banda de
Folk Rock ‘The Grand Prospect; e também, com uma série de trabalhos que estará
em nosso novo álbum gravado em estúdio”, adiciona. Entre esses trabalhos estão: Easy Way Out; Has My Love Gone Away; 151; Help Me Try; e I Saw The Devil. “Do meu Folk Trio Acústico
‘Proud Pair of Thieves’, as minhas favoritas provavelmente são: Late Night
Garden e Too Much”, comenta.
No
final de 2012, Ben gravou seu primeiro álbum com a banda The Grand Prospect, alguns
meses após a partida de seu pai. Atualmente, o artista não tem contrato com
nenhum selo. Para Ben, o mais importante para os artistas iniciantes hoje em
dia é tomar muito cuidado para não assinar um mal contrato. “Ter um grande
selo é ótimo; porém, hoje em dia você pode fazer muitas das coisas que somente
as gravadoras poderiam fazer no passado”, ressalta. O artista costuma se
apresentar duas vezes por mês, com alguma de suas bandas ou solo.
A
banda The Grand Prospect é composta por: Cory Bortnicker, no piano, vocais e
guitarra acústica; Hap Pardo: na guitarra; Brian Rolston: bateria e vocais; e Ben,
no banjo, vocais, guitarra acústica e dobro. A banda Proud Pair of Thieves é
formada por: Danny Riesbick, no baixo, J. Stricklin: na guitarra, vocais e
harmônica; e Ben, no banjo, acordeom , harmônica e vocal. Em suas apresentações
solo, além de cantar o artista toca dobro, lap steel, guitarra acústica e
harmônica. O artista comenta que ainda não dá para viver da música, porém, ama o que faz.
As
dificuldades que o artista vê no negócio da musica são a falta de clareza e o
financiamento e acrescenta: “Eu poderia seguir adiante, mas isto é
depressivo; não me permito ocupar com pensamentos negativos; isto não faz
nenhum bem para ninguém; é mais frutífero focar em coisas boas”, ressalta.
Quando
perguntado o significado da música em sua vida o artista diz: “Música é
minha fonte de vida, sem ela eu certamente morreria”. A maioria dos shows
que tem feito está relacionada com algum tipo de filantropia. Para o lançamento
do segundo álbum, Ben e sua banda The Grand Prospect, estão planejando um show
beneficente. “Eu definitivamente acredito que a arte pode ser usada para
causas valiosas, isso é um empreendimento precioso”, enfatiza.
Sobre
o cenário musical futuro, o artista acredita que muita coisa será possível e em
geral gosta do que tem ouvido. “Não posso articular exatamente o porquê, mas
sinto que uma nova música, ou muitas delas, estão movendo-se em uma direção de
mais sentimento, mais honestidade, menos superficialidade e mais realismo; é
uma boa direção a seguir, principalmente quando você considera a música
alternativa,” destaca.
Ben
comenta que não é do tipo que se deixa irritar por qualquer coisa, porém,
algumas pequenas coisas o chateiam de vez em quando. “Contudo, sou um ser
humano; entretanto, alguns anos atrás, enquanto estava terminando meu primeiro
livro ‘Scale Back’, tomei uma decisão consciente: não deixar estúpidas pequenas
coisas, que eu tenha pouco ou nenhum controle, me incomodar; não haveria
realmente nenhum benefício em ocupar-se delas,” argumenta. “Se você deixa
pequenas coisas fora do seu domínio de influência controlá-lo, você basicamente
está abrindo mão de sua autonomia e a está substituindo pelo efeito das ações
de seu inimigo”, acrescenta.
Para Ben, viver se incomodando é um
modo insano de se viver; porém, a maioria das pessoas, incluindo ele,
frequentemente se coloca na posição de vitima. “Fiz uma escolha de nunca
mais me comportar assim, não estou dizendo que é fácil; isto não é fácil; há
muitas coisas que frequentemente encontro na maioria dos dias que não são
exatamente do meu gosto, mas as deixo afetarem-me; mantenho controle
sobre meus sentimentos e apoio-me firmemente em minha vida,” completa.
Sobre as coisas que o faz feliz, Ben destaca que daria um ou vários livros com muitíssimas páginas, no topo da lista estão : música (acima de tudo); belas
garotas; verão; roupas de verão; belos cabelos dançando na brisa e a praia
repleta de princesas sob a luz do sol tomando àquele bronzeado; o oceano e
sorrisos, e acrescenta: “Seriamente, abraços; abraços é exatamente a melhor
coisa que existe; abraços são extremamente vitais para a experiência humana,
você não acha?”
Além
do trabalho com a música, Ben também se aventura no universo das Letras. Seu
primeiro livro publicado é intitulado Scale Back: Simplify Your Life and Enjoythe Things that Really Matter, no Português ‘Escalada de Volta: Simplifique sua
vida e aproveite as coisas que realmente importam’. São setenta e cinco página em que o autor busca trazer à luz a importância da simplificação no diário viver, com o anelo de ajudar as pessoas a se tornarem mais felizes independente da posição social. Assim como em suas obras musicais, o silêncio, a escuta e a vigilância se faz presente nessa obra 'simples com teor sofisticado'.
Concluindo nosso bate-papo, Ben fez questão de acrescentar que sente orgulhoso de sua hereditariedade musical. Seu tio Dub Killen, tocou
baixo com Vassar Clements e Dixie Gentlemen, e seu primo Buddy Killen se tornou um
empreendedor no negócio da música em Nashville, desenvolvendo-se por si
mesmo, e trabalhando com grandes nomes. Além de sua mãe que sempre esteve envolvida com música e transmitiu muito da musicalidade que o artista tem hoje. Para conhecer mais sobre o trabalho do artista, visite: Ben Killen Official Website.
por
Zel Florizel
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